ZAROFF o jogo mais perigoso

Irving Pichel/Ernest B. Schoedsack - 1932

A ilha começa por definir-se como espaço de um poder absoluto que leva o leitor a a memórias do romantismo negro, aos dráculas e às suas variantes dispersas por toda a imaginação gótica. Rainsford terá de fugir ao "minotauro" num labirinto sufocante de vegetação tropical; como Teseu, usará a astúcia, a coragem, debater-se-á numa treva de impossibilidades até reencontrar a luz.
No centro de tudo isto levanta-se o corpo de pedra do castelo, espaço priviligiado da subversão. Nesta ventura de castelo e selva, Zaroff acede ao prazer construindo uma expectativa de crime, com avanços e recuos prolonga o momento crucial do êxtase da posse. E com esta prática ilustra em ficção o que George Bataille teoriza sobre o erotismo: " o erotismo é o crime solitário que apenas nos salva pela euforia de uma ilusão, já que em definitivo, também chegamos ao seu grau máximo pelo anátema da solidão."
Uma história de Richard Connell várias vezes adaptada ao cinema ( The most dangerous game - 1932 , a mais assumida de todas), e que uma outra vez viveu na rádio com as vozes de Orson Welles e Joseph Cotten; que construiu um reconhecido símbolo do erotismo sádico citado por Rolland Villeneuve, Léo Malet , Albert Manguel, Ado Kirou, entre outros, e amado - como prolongamento das imaginações do marquês de Sade - pelos surrealistas franceses.

Richard Connell "Zaroff (o jogo mais perigoso)" assírio & alvim

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